quarta-feira, 19 de maio de 2010
Movimento negro quer explicações sobre assassinatos
Organizações do movimento negro devem protocolar um documento exigindo que o governador de São Paulo, Alberto Goldman, dê explicações sobre a série de assassinatos de jovens negros cometidos por policiais militares. Os movimentos fazem referência às mortes dos motoboys Eduardo Luis Pinheiro dos Santos, morto dentro de um quartel da Polícia Militar, e Alexandre Menezes dos Santos, assassinado por policiais diante da mãe na porta de casa, na capital paulista.
O integrante da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora), Douglas Belchior, explica o objetivo dos movimentos:
“Nós não vamos continuar morrendo sem fazer nada. Além da explicação pública, vamos exigir a punição [aos criminosos] e o posicionamento do governo em relação a essas arbitrariedades. A juventude e a população negra e pobre sofrem cotidianamente com a violência da polícia. Não tenha dúvida de que a ação da polícia é reflexo de um pensamento na sociedade brasileira, é reflexo do conservadorismo e do racismo.”
As organizações também querem explicações sobre a chacina na Baixada Santista em abril, que provocou a morte de 17 jovens, a maioria negros e sem antecedentes criminais.
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo abriu inquéritos policiais para investigar os assassinatos. Os movimentos negros, entretanto, não têm confiança nas apurações. Para Douglas, enquanto couber à polícia investigar a si mesma os crimes não serão apurados.
De janeiro a março deste ano, 146 pessoas foram assassinadas por policiais no estado de São Paulo. O número é 40% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário