quinta-feira, 13 de maio de 2010
Abolição discarada pra inglês ver...
AYÊ COMPANHEIROS!
Nesse dia “vendido” como dia da “Abolição da Escravatura” tantas outras coisas aconteceram na minha vida, mas nada maior que um dia historicamente marcado para a luta dos negros no país.
Por Maria José Cotrim
Assisti na Globo um trecho da mini-série Chiquinha Gonzaga onde passava o dia em que a Princesa Isabel assinou a Lei Aurea e burocraticamente “dizem” que ela aboliu a escravidão. Veio depois de milhares de mortes, de espancamentos, de atentados a vida humana mas veio.
Foi festejada pelos nossos irmãos negros nas senzalas com muita festa, música, dança e é claro capoeira. Brancos e negros iguais? Será? Mas o desejo de ser livre não tapou os olhos de nosso povo e os líderes e guerreiros dos quilombos sabiam mais que ninguém que era mais uma tentativa de enganação discarada.
Todos libertos! Libertos para continuarem nas senzalas, na lavoura, na lida e também no tronco. Essa abolição discarada que veio depois de todos os países foi um grande passo. Sim, um salto aliás para a situação que o negro se encontra hoje no Brasil.
Queremos e lutamos por políticas porque as tentativas de enganação continuam. Ainda vendem a liberdade para os negros da mesma forma discarada através de atos. A “princesa Isabel de Calcutá” salvou os negros da escravidão. Ouvi isso hoje de manhã.Caros, quem salva são as políticas de norteamento e desenvolvimento social.Quem salva é a igualdade social.E falta é muito!
A lei Áurea assim como as outras que vieram antes dela trouxeram a “salvação parcial” de acordo com a necessidade. Primeiro os velhinhos estão livres. Quer dizer quem conseguisse chegar à velhice depois de tantos maus tratos....
Depois os bebês nascidos depois de uma certa data estavam livres. Filhos de mães escravas é ótimo! Mas se no passado não fizeram as leis certas mas sim de acordo com a conveniência hoje isso é possível.
Temos o Estatuto da Igualdade Racial, esse sim norteará as políticas de igualdade racial sem discaração. O que falta no acesso á saúde, á educação, no incentivo á cultura negra, aos quilombolas tudo regido pelo estatuto amplamente discutido entre poder público e sociedade civil.
Acredito sim que com as leis certas, com as políticas certas tudo vai entrar no eixo.Não de forma discarada mas sim ascendente. A questão vai além de ser negro ou branco de ter cabelo liso ou crespo...quem ganha com isso é o Brasil que terá indivíduos ativos, críticos, participativos e contribuindo para sua realidade social.
Quanto á comunicação...vamos buscar o avanço! Ela é o espelho da sociedade e precisa ter uma abertura para a temática racial.Não é da Taís Araújo fazendo uma Helena de Manoel Carlos que eu to falando, muito menos do Robinho ser um sucesso no futebol ou ainda o Heraldo Pereira dar um show de jornalismo ao mostrar seu trabalho. Tô falando é de profundidade. Sair da amenidade, superar as limitações ao abordar o negro.Isso é possível e sou fiel escoteira nesse propósito.
Não vamos permitir a alienação discarada em nosso país!
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Muito show a sua opinião. Celebra-se esse dia como a libertação, mas na verdade nós sabemos que a escravidão continua: através de condutas racistas (branco morre dizendo que respeita - sei...), dificultando o acesso a educação, mantendo a população negra na favela (que de bandido não passa)... Enfim, a escravidão intelectual. Moro no Bico do Papagaio, região na qual há uma grande parte da população negra do estado e presencio várias situações. Muitas vezes, devido a um sistema imposto há séculos, é por ignorância. Mas aos poucos vamos quebrando as barreiras. Sou participante do movimento hip hop há 4 anos e estou tentando viabilizar uma conexão maior entre a nossa região e a capital. Se puder ajudar, valeu. Axé!
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