quinta-feira, 30 de julho de 2009

MULHERES NEGRAS DA PARAÍBA LANÇAM HOJE CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO



Maria José Cotrim

Ao som de Cátia França e outros grupos culturais, na Paraíba a Organização das mulheres negras lança nesta quinta a Campanha de Promoção da Identidade Negra. Esse tema é importante para o autoconhecimento e autoestima do nosso povo negro. O que muitas vezes é confundido com a adesão dos padrões de beleza da moda.

A questão da identidade (e tenho livre trânsito para falar do assunto porque em meu trabalho de conclusão de curso minha análise foi sobre a formação da identidade negra em Palmas) é muito distorcida.Para de fato construir a identidade é preciso um processo de autofirmação como sujeito étnico. Interessante a preocupação das companheiras do Paraíba...a mulher negra tem sim uma identidade a ser construída e preservada.

Mas isso não impede que cada uma tenha liberdade para escolher o que vai vestir, se alisa o cabelo ou não.Identidade e preferência andam lado a lado e não devem ser confundidos.Esse movimento tem que agir na Consciência, e trabalhar bem os conceitos e fundamentos na formação da identidade e as crianças não podem ser esquecidas nesse processo.A abordagem da mídia muitas vezes confunde esse processo. Parabéns pela iniciativa e pelo convite especial que me encaminharam!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Mídia, esporte e solidariedade: a mistura que deu certo!



Maria JOsé Cotrim

No domingo passado os milhões de televisores do Brasil estavam com certeza ligados no Esporte Espetacular. Durante doze minutos podemos ver a miséria e superação do povo africano do Haiti. A falta de água, as condições sub-humanas de sobrevivência... As gangs, responsáveis pelo alto índice de mortalidade no país, ao invés de armas seguravam uma bola.... Juntos, superaram as diferenças grupais e viram no futebol uma nova perspectiva de vida.

Bem me lembro quando o repórter, que ao invés de fazer uma passagem fez sete, mostrou a emoção daquele povo quando jogadores brasileiros visitaram o país e levaram alimentos. Zagalo não pôde falar muito, as lágrimas não deixaram. O sofrimento do povo africano passando no horário nobre com certeza fez com que muitos pensassem nas diferenças e desigualdades sociais.

Mas o pior estava por vim quando o repórter mostrou o alimento que vem matando a fome de muitas famílias inclusive crianças. BOLO DE TERRA!. Feito com terra vermelha, água e manteiga os biscoitos na falta do alimento consistente é o que ameniza a situação. A situação nos convida a repensar não só como temos nos alimentado ultimamente, mas também quanto o nosso povo africano sofre com o descaso da autoridades e ausência de políticas públicas e assistencialismo.

Quando a assistente social mostrou a estratégia de sobrevivência quis desligar ou mudar o canal. Os filhos mais fracos são deixados para morrer para que o pouco alimento disponível seja distribuído para os que têm mais chances de sobreviver. Essa é a realidade! A reportagem mostrou ainda várias senhoras que desesperadamente apelavam por um prato de comida. “Só quero puder comer, antes de morrer!”.

Enquanto tantas outras questões sociais afligem nosso país, os irmãos africanos querem apenas comida. No final, um show de jornalismo social e comunitário.Ao invés do bolo de terra, uma pequena criança recebeu um chocolate. “Agora ela vai se lambuzar com chocolate”, terminou o repórter. Quando a mídia quer, ela faz, ela vai atrás, nos lugares mais longíquos, trazer a notícia, a informação... denunciar! Dar a contribuição para um mundo mais justo.

Saindo deste discurso melódico...temos uma função maior do que explorar o sentimento alheio para ganhar ibope.Quando me perguntaram num tom de crítica a um tempo atrás o que jornalista faz lhe disse : Levamos a informação. Tenho orgulho de ser jornalista e lutarei sempre para que nossos veículos abordem com responsabilidade as questões sociais, pois assim podemos estimular a mudança.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Abertas inscrições para financiar projetos de prevenção à violência entre juventude negra



A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir) lançou edital para seleção de projetos que visam à promoção e garantia de direitos de adolescentes e jovens afro-brasileiros, com idade entre 15 e 24 anos e em situação de vulnerabilidade social. As inscrições foram abertas no dia 17 de julho e encerram em 15 de agosto deste ano.

O Edital é voltado para órgãos da Administração Pública dos Estados. O valor total do repasse dos recursos é de 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) e o valor de repasse por projeto aprovado será de no mínimo R$ 100.000,00 (cem mil reais) e no máximo R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), para Estados e Distrito Federal e, no mínimo R$ 100.000,00 (cem mil reais) e no máximo R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para Municípios.

O projeto deve combater situação que abordem vulnerabilidade social de adolescentes e jovens que se encontre em ao menos uma das seguintes situações: baixa escolaridade; baixo acesso ao mercado de trabalho; com atividade sexual precoce e de risco; expostos a violência doméstica e/ou urbana, ou em situação de uso e / ou tráfico de drogas.

O interessado deverá apresentar proposta no SICONV - Sistema de Gestão de Convênio (www.convenios.gov.br), respeitando o limite de envio de apenas uma proposta de projeto. As propostas deverão ser cadastradas junto ao Órgão 20126 – Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial, Programa nº 2012620090029 (1453 – Nacional de Segurança Pública em Cidadania PRONASCI) Chamada Pública, no portal de Convênios (www.convenios.gov.br).

Outras informações estão disponíveis no site (www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/seppir) ou pelo telefone (61) 3411-3639, 3411- 3655 e 3411-3604.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Adolescente negro tem quase três vezes mais risco de ser assassinado do que branco



O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. É o que revela estudo divulgado nesta terça-feira, 21, pelo Observatório de Favelas, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

A pesquisa também indica que, para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa de 12 a 18 anos.

O estudo traz apenas comparativos por cor e gênero e não apresenta os índices de mortes entre jovens negros, brancos, do sexo masculino e feminino.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Senador promete apoio para aprovação ao projeto de Cotas



O senador Leomar Quintanilha recebeu em seu gabinete, dia 25, integrantes da delegação tocantinense que participa, em Brasília, da II Conferência Nacional pela Igualdade Racial. Eles solicitaram ao parlamentar apoio à aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 180, de 2008, que trata de cotas para o ingresso nas universidades estaduais e federais e nas instituições federais de ensino técnico.

Quintanilha considerou que, em especial, a Comissão de Direitos Humanos, da qual faz parte, "é um ambiente propício para essa discussão. É importante que haja diálogo e que os interessados no tema façam pressão, para ajudar os parlamentares a se posicionarem sobre o tema."

A comitiva era integrada por representantes das comunidades quilombolas, movimento e juventude negros, movimento social e LGBT e Grupo de Consciência Negra do Tocantins (Gruconto). A vereadora quilombola de Porto Alegre do Tocantins, Maria Rosa, falou do problema da falta de água na sua região e reforçou a preocupação do grupo com a defesa de políticas de promoções sociais para negros e índios.

O senador Quintanilha se colocou à disposição para reforçar essa luta, lembrando sua condição de neto de uma negra, e manifestou o desejo de auxiliar na realização de debates sobre o tema no Estado, inclusive com as presenças dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fátima Cleide (PT-RO) e do ministro da Igualdade Racial, Edson Santos.

Estiveram com o senador Quintanilha, em seu gabinete, Mário José dos Santos, Maximiano, Velma Inácio – que solicitou apoio para os cuidados com as pessoas que têm anemia falciforme –, Maria da Silva, Fabíola, Ivanilton, André da Silva e Maria José Cotrim.

Os outros senadores, Kátia Abreu (DEM) e JOão OLiveira (PR) não estavam no senado.

Vou encerrar com o comentário de Mário José que estava presente na reunião: "Resta saber na hora da votação, posar para foto é facil..."

Comissão Especial reúne para votação do Estatuto da Igualdade Racial



A Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial realiza reunião nesta quarta-feira (8), às 14 h, para discutir e votar o parecer do relator, deputado Antonio Roberto (PV-MG) ao projeto de lei 6264 de 2005, que institui o Estatuto da Igualdade Racial.

O deputado Luiz Alberto (PT-BA), membro da Comissão Especial, acompanha a tramitação com atenção especial ao conteúdo do substitutivo a ser apresentado pelo Relator. Luiz Alberto vai se empenhar para que haja mais tempo para análise e debate do novo parecer distribuído no dia 29 de junho pelo relator aos membros da Comissão em versão impressa.

"Esta é uma matéria fundamental para o Brasil. A princípio afeta direta ou indiretamente cerca de 80 milhões de brasileiros e brasileiras que se autodeclaram pretos ou pardos, de acordo com o IBGE. Mas, vai impactar toda a população brasileira na medida em que - a depender do que for aprovado - vamos ter um instrumento efetivo para a redução das desigualdades raciais e sociais no país", afirma Luiz Alberto.

Entidades do movimento negro estão mobilizadas em todo o país e têm se manifestado acerca da necessidade de analisar e debater o novo parecer a ser votado na Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial.

A comissão se reúne às 14 horas, no plenário 7.