quarta-feira, 23 de junho de 2010

Movimento Hip Hop promove encontro em Palmas



Os representantes do movimento Hip Hop de Palmas se reúnem neste sábado, 26 e domingo, 27 no Colégio Estadual Criança Esperança, na 303 Norte. O encontro é fruto da parceria entre a Associação Palmas Hip Hop e o Movimento Hip Hop da Floresta.

Na pauta do encontro estão palestras e debates quanto à atual conjuntura do movimento na região Norte, gestão cultural, social e política das entidades, além de uma oficina de informação e mobilização sobre o edital do Prêmio de Hip Hop - Edição Preto Ghóez, lançado pelo Ministério da Cultura.

As atividades serão coordenadas pelo articulador regional do Movimento Hip Hop da Floresta, Preto Michel, de Belém- PA.

Também serão feitas gravações com grupos de rap, b.boys, grafiteiros e Dj’s para o documentário “Guardiões da Floresta- O espírito guerreiro do movimento Hip Hop na região Norte”, produzido pelo Movimento Hip Hop da Floresta, com o objetivo de divulgar as ações do segmento na região.

(Polyana Pegoraro)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mundial de Futebol na África do Sul e o HIV



Por Michel Sidibé*

Enquanto os fãs do futebol do mundo inteiro chegam a África do Sul para torcer pela sua equipe favorita no Campeonato do Mundo de 2010, não devemos perder de vista um hóspede indesejável – o HIV.

Por que é que devemos falar do HIV durante o Mundial?

Por dois motivos. Primeiro, um evento esportivo tão celebrado, como é o Mundial, pode favorecer a propagação do HIV através da combinação do álcool com o sexo inseguro. Segundo, durante os 90 minutos que dura uma partida de futebol cerca de 80 crianças recém nascidas se infectam via transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê.

Porque temos os meios para deter esta tragédia, temos de agir – Hoje!

Algumas estrelas do futebol e os Embaixadores de Boa Vontade do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), Emanuel Adebayor do Togo e Michael Ballack da Alemanha, uniram forças ao Unaids para lançar uma campanha mundial para prevenir que bebês se infectem.

A campanha visa mobilizar a comunidade futebolística para mostrar o “Cartão Vermelho” à aids e eliminar a transmissão vertical até 2014, quando o Mundial de Futebol será disputado no Brasil.

Até o momento, os capitães de equipes de países, como Austrália, Camarões, Costa do Marfim, França, Gana, Grécia, Nigéria, Paraguai, Sérvia, África do Sul e Uruguai assinaram um apelo comprometendo-se a usar o poder e a divulgação do futebol para criar uma geração livre do HIV.

Sabemos que é possível eliminar a transmissão do HIV de mãe para o filho. Nos países com rendimentos elevados, as taxas de transmissão caíram de 25 por cento para entre um e cinco por cento nos últimos anos, à medida que o teste de HIV em mulheres grávidas, o uso de medicamentos antirretrovirais durante e após o parto, e a contracepção, se tornaram amplamente disponíveis.

Esses sucessos estão agora a ser reproduzidos em países como o Botsuana, Namíbia e Suazilândia.

Mas é necessário fazer mais. Na maior parte da África, apenas 45 por cento das mulheres grávidas soropositivas têm acesso aos medicamentos contra aids para prevenir a transmissão do HIV para os seus recém-nascidos, e apenas 28 por cento das mulheres grávidas são testadas para o HIV. Em muitos países africanos, a pandemia tornou-se a principal causa de morte entre os latentes e as crianças.

Em Moçambique, estima-se que cerca de 149 mil gestantes em 2009 eram soropositivas e 45.8 por cento delas receberam antirretrovirais para a prevenção da transmissão vertical.

Moçambique está se empenhado na eliminação do HIV pediátrico e na implementação de orientações revistas para assegurar a qualidade e a expansão da provisão de serviços.

Têm-se notado progressos na África do Sul, o país anfitrião do Mundial. Nos últimos meses, o Governo sul-africano mostrou uma forte liderança sobre a problemática da aids, com o lançamento em todo o país de uma campanha de testagem e de tratamento do HIV.

No ano que vem, essa campanha pretende proporcionar, gratuitamente e numa base rotineira, o aconselhamento e o teste de HIV para 15 milhões de pessoas, cerca de 2,5 milhões mais que em 2009 – um aumento de seis vezes em apenas dois anos. Igualmente cerca de 1,5 milhão de pessoas receberão terapia antirretroviral até junho de 2011, cerca de um milhão mais que em 2009.

Quanto mais mães conhecerem o seu estado sorológico e quanto maior for o acesso ao tratamento contra aids e à contracepção, maior é a expectativa de que as taxas de transmissão do vírus caiam consideravelmente. Com combinações mais eficazes de antirretrovirais, a África do Sul pode avançar para a eliminação da transmissão vertical.

Se a África do Sul, o país com o maior número de pessoas vivendo com o HIV, puder quebrar a trajetória da epidemia, haverá esperança que outros países participem na divulgação da resposta à doença.

Enquanto a febre do futebol se espalha por todo o mundo, vamos fazer tudo o que pudermos para parar a propagação do HIV. Não temos nenhuma desculpa.

*Michel Sidibé é Diretor Executivo do Unaids

domingo, 20 de junho de 2010

A função social do patriotismo...



Por Maria José Cotrim

Desde que começou a copa do mundo desse ano algo tem ganhado meus pensamentos. O papel social da copa? Pensar nisso numa época em que todos estão com as casas enfeitadas, com camisetas do Brasil outros compraram até televisão nova só para assistir aos jogos da copa parece idiotice.

Mas para mim outros aspectos são tão mais idiotas do que essa reflexão. O que traz a copa? Muitos dizem que esperança, que união entre a nação. Durante um mês? Qual o significado do futebol para os brasileiros?

Interessante pensar em todas essas perguntas para pelo menos tentar analisar o que está por trás de toda essa movimentação para a Copa. O primeiro ponto que levanto é o patriotismo que assola de norte a sul do país e ainda em todas as classes sociais. Patriotismo esse que em épocas não muito distantes não existia na classe média quando a inflação assolava a economia brasileira e muitos tinham vergonha de assumir a nacionalidade.

Bater no peito e dizer que é brasileiro está na moda nesse mês. O Brasil literamente pára em torno de 23 jogadores, os ícones do futebol brasileiro. Para os jogadores o Brasil conquistando o Hexa ou não os benefícios são garantidos com a possibilidade de vários contratos fora do país e ainda muita publicidade agregando a imagem a grandes marcas.

Acredito que se uma causa social fosse agregada à copa o patriotismo teria com certeza uma conseqüência maior. Porque não ficaria apenas no discurso e nos gritos de “GOL” e atingiria a melhoria de vida de muitas pessoas.

Hipocrisia nada é atitude mesmo. O que fazemos pelo pais que tanto amamos, principalmente a classe média? Aí é só lembrar que esses “caras” que andam no carrão do ano e que arrecadam muito durante o ano não gostam muito de dividir. Gostaria de perguntar à senador Kátia Abreu por exemplo como ela exerce seu patriotismo...Sim, pois ela é uma das que mais criticam programas sociais como o Bolsa-família e outros.

Se “dividir” com quem não tem não é a melhor solução ou é apenas “assistencialismo político” como melhorar o Brasil então? Dificil de responder e até de discutir com grande parte dos alienados de plantão...

Mas a copa poderia ter sim uma abrangência social maior álém do entretenimento e diversão para os brasileiros.Com todo o capital que gira em torno da competição e com tanto espaço na mídia mundial pensa num impacto que uma causa social agregada à copa pode causar!

sábado, 12 de junho de 2010

Marina diz: "Sou mulher e negra"...E DAÍ?




Por Maria José Cotrim


A senadora do Acre, Marina Silva assim como os outros presidenciáveis homologou sua candidatura à presidência da República. Algo me chamou atenção no discurso de mais de uma hora que a candidata do PV fez na convenção.

“Serei a primeira presidente mulher e negra desse país a partir do dia 1º de janeiro de 2011”, disse ela. A frase é forte. Imagino que poucos analisavam o perfil da candidata desta forma. Como uma mulher negra.

Marina vem para a disputa com 8% de preferência do eleitorado e quer imprimir a marca da luta das mulheres e também da participação do negro na política brasileira. A bandeira da mulher a Dilma tem também. A do negro, Marina pretende levantar sozinha.

Qual a participação do negro na política no Brasil onde somos maioria da população? Para muitos cientistas políticos essa não é a maneira correta de analisar. Quando falo em inclusão na política é para provocar a participação dos movimentos populares e das entidades do movimento negro nesse eixo.

O foco não é na quantidade mas na fortaleza e abrangência da temática da Igualdade Racial. Vamos pelo Tocantins: Quantas emendas parlamentares foram destinadas para ações e projetos do movimento negro e da sociedade civil? E para a melhoria da Infra-estrutura das comunidades quilombolas? Nenhuma.

A “Falha nossa” veio de quem? De todas as partes envolvidas! Quantos deputados já usaram a tribuna da Assembleia Legislativa ou apresentaram projetos de lei que foram aprovados em prol da Igualdade Racial no Estado e incentivando a implantação das políticas públicas?

Vi a assessoria de imprensa da deputada estadual do PT, Solange Duailibe, encaminhar release onde a parlamentar defende veemente a obrigatoriedade, como estipulado em lei, do ensino da cultura afro nas escolas tocantinenses. Vi o presidente da Assembleia legislativa, Júnior Coimbra (PMDB) falar em poucas palavras durante o evento no dia da Consciência negra a um grupo de militantes que a “Assembleia Legislativa está à disposição”.

Mas muita coisa ainda não vi nesse Estado. E é a através da representação qualitativa nessas eleições de outubro que tudo pode mudar. Barack Obama é o símbolo da ascensão social política do negro, a prova de que a abertura desses novos tempos ultrapassa o colonialismo político.Quer Marina então pegar carona nessa onda? Há quem acredite que sim...

Aqui no Brasil quando teremos esse marco? Presidencialmente falando, quando? O apresentador de TV, Netinho de Paulo é pré-candidato ao Senado, o ex-ministro da Igualdade Racial Edson Santos são ícones que buscam essa representação étnico-racial forte na política contando com os votos das lideranças do movimento.

Mas e a profundidade? A abrangência da temática sendo pautada pelos parlamentares desse país? Falta isso e é possível perceber sem muito esforço basta acompanhar o processo demorado para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.

A Marina assumir sua identidade étnico-racial na sua caminhada política abrirá a mente de muitas pessoas. Basta ver o que ela traz de propostas concretas anexadas à essa temática no seu discurso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Velado mas continua ali guardado...




Por Maria José Cotrim


Vi uma pesquisa na qual 90% dos entrevistados responderam que não são racistas. Opa. Quase unanimidade! Mas de que racismo estamos falando... para mim isso varia do conceito da palavra que cada um tem...

O Movimento negro luta para que as atitudes de discriminação racial sejam consideradas crime. Algumas já são. Porém discute-se ainda no meio acadêmico qual o critério para considerar crime de racismo.

Poucos consideram discriminação as piadas que existem por aí de esquina a esquina e que reproduzem estereótipos com relação ao negro. Já outros acham que são cruciais na contribuição para a manutenção da discriminação.

O que é para quem passou a infância toda sendo chamada de “Boneca do cão brincar” ouvir esse termo em uma das várias piadinhas que existem e dão apelidos “engraçadinhos” para alguém? É discriminação?

Minha mãe é conhecida na minha cidade apenas por Nega se alguém chamá-la de Maria Aparecida ninguém conhece. Pro popular é Nega. Uma senhora desatenta exita em sempre chamá-la de “Negra” e chega puxar o r para mostrar a diferença do termo. Para minha mãe o tonzinho diferente que a tal senhora quer dar configura discriminação.Será?

Esses dias almoçando o dono do restaurante disse para a garçonete levar o almoço para um senhor negro que estava na sua frente, este por sua vez minutos depois perguntou em voz alta: “Eu pago é pro branquelo ali?”. Quando ele saiu o dono do empreendimento não perdeu a piadinha: “Se fosse eu que chamasse ele de negão poderia até ir preso”, disse.Piadinha de mal gosto?

Particularidades á parte mas que demonstram que a discriminação velada é o que mais tem por aí. Para diagnosticar? É só ter o “negrômetro” ligado. “Não deixe que ninguém te humilhe por uma simples pele que cobre o corpo!”, ouvi esses dias e gostei.

Falar em discriminação parece para muitos algo “fora da realidade”, uma atitude de quem tem mania de perseguição.Mas comigo é diferente: fico de olho vivo. Senso de humor não se confunde com preconceito velado.A questão história ainda está viva para alguns retrógrados que insistem em ignorar a Igualdade Racial. Não agüento discurso pronto e acabado de que não existe preconceito racial.

Já fui barrada em festa de aniversário por ser negra, até hoje sou alvo de piadas por causa do cabelo.... “os cabeças ocas” falarem é normalíssimo. O segredo é se impor. Vesti-se da identidade étnico-racial e não abaixar a cabeça. Eu não abaixo a minha.

Vale citar um grande amigo, professor de história e sociólogo, Luiz Benedito: “Se pinta de preto que você vai sentir na pele”.

Para quem se esconde atrás da prepotência de achar que por um pouco a mais ou menos de melanina é melhor que os outros sugiro uma lavagem celebral. No mais não se iludam, nem se acostumem....eles estão ainda soltos por aí. Denuncie!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

COPA 2010: É a África no centro do mundo...




Por Maria José Cotrim

AYÊ COMPANHEIROS!

Contagem regressiva para o começo da copa deste ano. Seleções, jogadores, torcidas...todos à postos na expectativa para o maior mundial de futebol que representa mais que um campeonato: É a voz das nações.

De todas as coisas interessantes que me chamam atenção na Copa a principal é o enfoque que os veículos de comunicação na África. A abordagem mostrando a superação da Segregação nos países mostra um papel social, importante e essencial da mídia mundial.

No Brasil...os canais não têm desconsiderado em suas coberturas a questão social no país. O cotidiano de quem muito superou e acima de tudo a esperança. Sim...é a marca da esperança que a Copa leva para o continente que tem imperado nas coberturas.
Outro ponto: A relação do africano com o Brasil . A intimidade com a seleção, com os jogadores que mostram a ligação através de um passado cronologicamente distante mais historicamente vivo.

Num ano em que o mundo volta os olhos para a Àfrica é preciso perceber que o continente supera uma época difícil socialmente falando. Não é só de imagem...de mostrar o negro que eu to falando.

Falo é de intensidade. A famosa intensidade que é tão presente nos meus textos. Mostrar o negro como um sujeito “senhor de sua própria história”. Vender a África de uma maneira viável e benéfica. Publicitariamente tem sido um ganho incalculável o fato do continente sediar o mundial de futebol.

Da CocaCola até outros gigantes da publicidade...É a África no centro. É o olho voltado para onde tudo começou um dia...de forma diferente e opressora mas marcante. A copa para a África é um pretexto.,...uma ocasião. O que fica e o que traz a disputa mundial é que pode com certeza contribuir para a melhoria social dos países e ainda no resgate da cidadania daquele povo que tem como lema: a esperança!

Alguém ainda questiona a abordagem positiva da qual eu sempre falo? É o instrumento de poder....a comunicação fazendo seu papel social de contribuir. Quem ganha a Copa? Não sei...Mas a África com certeza já ganhou!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

HIP HOP: Som de preto mas quando toca ninguém fica parado




Por Maria José Cotrim

Som de preto...de favelado. O que vem à mente das pessoas quando se fala em expressão cultural negra? Capoeira! Depois: funk! Em terceiro: Hip hop. Pois para os que não conseguem ir além desse conceito pronto e acabado deixo hoje meu recado.

O Hip Hop em Palmas através da Associação Palmas para Hip Hop tem tirado muitos meninos da rua. Da falta do que fazer...do envolvimento com o tráfico de drogas que assola em Palmas desde o centro até a periferia. O trabalho desses “caras”, principalmente do meu amigo Marcão, MS Roque Júnior merece reconhecimento.

È mais que um som com letra forte. Mais que uma expressão cultural negra. Além disso...O Hip Hop é atitude. È usar o corpo para falar, para se manifestar contra os problemas sociais contra as desigualdades da sociedade. Não é letra medíocre, não é falta do que fazer: Hip Hop tem fundamento.

Os jovens inventam letras, passos com todas as partes do corpo: provocam atitude. Quando escuto a minimização do Hip hop em uma simples manifestação cultural ou “som de preto” sinto a necessidade de mais divulgação nas escolas. E isso o Marcão faz voluntariamente.

Leva o “fundamento” do Hip hop para o cotidiano das escolas públicas. È preciso divulgar. O Hip hop carrega história desde quando surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos como forma de protesto. E ainda hoje dissemina a cultura popular, o canto do que precisa mudar...

“Os caras” com aquelas roupas diferentes, coloridas. Com os bonés pra trás, de óculos escuro: é a cultura de denomino de ATITUDE. Atitude no ser, atitude no agir.É preciso mais conhecimento sobre o Hip Hop, porque é se familiarizando com a cultura que os homens desenvolvem senso crítico e assim contribuem bem mais para a vida em sociedade.