quarta-feira, 29 de abril de 2009

Palmas para a Igualdade Racial: as políticas no rumo certo!



"Desenvolvemos hoje, uma política para todos, independente de credo, raça ou orientação
sexual", essa frase é da coordenadora da Coordenação da Mulher, Direitos Humanos e Equidade, Rosimar Mendes.Essas palavras vieram numa ocasião em que o prefeito de Palmas, Raul Filho, se confraternizava com pais de alunos do programa Palmas para a Igualdade Racial.
Sobre o projeto, Raul Filho, ressalta que esta é a primeira ação no País que se destina diretamente para o público afro-descendente, com orçamento garantido no Plano Plurianual do Município. "É um programa amplo e contínuo e não apenas um ato isolado. Este programa tem que dá certo, porque estaremos conscientizando a população negra jovem do valor de raça e da questão da igualdade com as demais raças", enfatizou.

Ainda na mesma noite Rosimar,se referindo ao programa que está na sua terceira gestão,
destacou que "a implantação do programa é um resgate de uma dívida social de 500 anos".Tudo muito bom, tudo muito bem!a prefeitura bate no peito e se orgulha da implantação desse programa que é realizado com recursos do tesouro municipal.

O projeto tem o intuito de promover o acesso ao mercado de trabalho, oferecendo formação em cursos semi-profissionalizantes, com apoio ao primeiro emprego. Podem se inscrever e participar do programa adolescentes e jovens de baixa renda, negros, afro-descendentes, indígenas e ciganos, com idade entre 14 e 18 anos, regularmente matriculados em alguma das escolas da Rede Pública Municipal de Ensino de Palmas.


São 60 alunos, e estes participam de cursos semi-profissionalizantes, com abordagem sobre Cidadania e Direitos Humanos, Sexualidade,Computação, Saúde Preventiva, Marketing Pessoal, Marketing do Primeiro Emprego. E ainda: Durante três meses os contemplados receberão uma bolsa auxílio mensal no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais).

Isso é política.È o famoso "ensinar a pescar", a prova de que quando há interesse e comprometimento com a causa as ações dão certo.A reparação social que buscamos depende das parcerias do poder público e sociedade civil. Devemos sim nos orgulhar com o andamento e propósito do Palmas para a Igualdade Racial mas temos a obrigação de exigir mais.

Nós que sentimos na pele todos os dias a falta de oportunidade,de emprego... de respeito, temos que estar preparados para exercer nossa função que é a de dar a contribuição para a demanda das políticas públicas.
O movimento negro defende cotas para o primeiro emprego e aqui em Palmas temos este projeto que cumpre sua função social de garantir o acesso ao mercado de trabalho para nossos jovens negros.É o caminho da igualdade racial que começa a ser traçado...

Esperamos mais projetos e ações para mudar a realidade social dos jovens e adolescentes negros de Palmas!
Termino com as palavras de Alessandra Letícia da Silva, de 15 anos que participou do projeto: "Tenho orgulho do que sou e me reconheço negra, bonita e capaz. A cada dia estudo e ganho mais conhecimento para ter uma profissão na vida e devo isso ao programa Palmas para a Igualdade Racial".

Maria José Cotrim

É minha a religião de Umbanda?


Etiene Sales

Hoje a Religião de Umbanda [ o todo religiosa da Umbanda e não uma ou outra
ramificação ] vive uma crise que poucos se dão conta. Talvez porque se
limitaram a ver a Umbanda somente pelos olhos da caridade e se esqueceram
que religião e muito mais do que apenas caridade. Religião é conhecimento,
é o preparo dos discípulos mais dedicados e comprometidos para o sacerdócio
[ vocação, doação, estabilidade emocional e força espiritual também contam,
e muito ], é passar os fundamentos aos médiuns como um todo [ doutrina,
ritos, práticas, ... ], saber respeitar e conhecer os aspectos internos e
externos da religião [ saber que não está sozinho e que outros, de formas
diferentes e com doutrinas diferentes, também fazem parte da Umbanda ],
saber que o sacerdócio é responsabilidade e exigem dedicaçao e amor, que ser
médium de um terreiro exige dedicação, é o trato e o cuidado com a casa, com
seus fundamentos, é o respeito e a irmandade entre os membros da religião, é
olhar o outro com a si mesmo ...

Muitos terreiros passaram a ver a doutrina da Religião de Umbanda como algo
próprio. Indo do particular para o genérico como se, aquilo que alí é feito
( dentro de sua ou suas casas ) , fosse o certo e verdadeiro para todo o
universo Umbandista. Só que essa visão, com o passar do tempo, acabou
gerando preconceito intrarreligioso no seio de nossa amada Umbanda. Por
mais estranho que seja, os Umbandistas são hoje os piores inimigos dos
próprios Umbandistas.

Para muitos o que estamos dizendo pode não fazer sentido, pois não conseguem
ver esses acontecimentos ou não querem ver . Acham que temos que nos
preocupar com os evangélicos, com o ataque que sofremos por parte deles.
Porém, quando perguntamos sobre certos aspectos da Umbanda a essas pessoas,
chegam aos nossos ouvidos ( que criticam os evangélicos de nos atacar ) as
seguintes pérolas:

* Umbanda pura não trabalha com Orixás;
* Umbanda pura não trabalha com sacrifício animal ( preconceituosamente
chamada de "matança" );
* Umbanda pura não utiliza atabaques ( isso é coisa de "Umbanda suja" );
* Umbanda pura não se utiliza de feituras, deitadas, confirmações através de
búzios;
* Umbanda pura não tem títulos, nem sacerdócio ( "Pai de Santo", "Mãe de
Santo", Yalorixá, Babalorixá, Mestre, ... );
* Umbanda pura não trabalha com fumo, bebidas, punhais, ...;
* Umbanda pura não faz uso de imagens sincretizadas de santos;
* Umbanda pura não faz oferendas de comidas, arriadas, trabalhos em
cemitérios, encruzas, estradas ...;
* Umbanda pura é aquela fundada pelo caboclo das Sete encrizulhadas;
* Umbanda Pura é fundamentada na doutrina de Allan Kardeque, em suas obras;
* Umbanda pura não faz práticas africanistas, que devem ser abolidas de
todas as casas de Umbanda proque representam um grande atraso espiritual;

O interessante é que parece que o que vale como "Umbanda Pura" é o que
alguns trabalham e, em grande parte, utilizando sincretismo com o
Espiritismo e até com o Exoterismo.

Na realidade existe uma negação às práticas africanistas da Umbanda, como se
essas praticas fossem algo atrasado ou que não fizessem parte da Religião de
Umbanda. Entretanto, existe uma ultra valorização dos conceitos Espíritas e
a utilização dos livros dessa doutrina, como se a mesma representasse a
própria doutrina Umbandista.

Não tenho nada contra quem utilize livros Espíritas dentro de uma casa
Umbandista, ou mesmo que utilize até a Bíblia ou o Exoterismo, mas o que é
um abuso contra a Religião de Umbanda é achar que a doutrina Espírita é a
doutrina de Umbanda, ou mesmo que, aquilo que é praticado baseado nessa
visão, é a verdadeira Umbanda. Espiritismo não é Umbanda, como Umbanda não é
Espiritismo. O sincretismo pode até ser feito entre elas (no foro íntimo de
cada casa e na orientação de cada guia, vale sua fé, suas necessidades de
crença) , mas daí representar o todo religioso da Umbada é outra coisa.

Lamentavelmente aqueles que têm essa visão acabaram se colocando como
praticantes de algo puro, evoluído ( ou a caminho da evolução ),
doutrinariamente correto, racionalmente aceito; e, os praticantes de outras
formas de Umbanda que têm fundamentos africanos em seu culto, como membros
de uma outra religião ( não podem ser considerados Umbandistas ) ou como
pessoas que ainda não evoluíram, mas que um dia de afastaram dessas práticas
e caminharam para a "verdadeira Umbanda".

No meu trabalho como pesquisador, como administrador de uma lista de
discussão sobre Umbanda ( primeira lista de discussão sobre Umbanda criada
na Internet ) a 8 anos e como membro de muitas outras listas de discussão,
a manifestação do preconceito entre os Umbandistas é algo patente e, muitas
vezes, se pronuncia de maneira discreta e as pessoas não percebem que estão
sendo preconceituosas. Elas acham realmente que aquilo que elas praticam é a
Umbanda, é a Umbanda verdadeira, a Umbanda Pura e o que não se enquadar na
sua forma, doutrina e prática, não é Umbanda. Da mesma forma, as pessoas
que praticam de outra maneira a Umbanda não podem ser Umbandistas. É como
se um Cátolico dissesse que ele é Cristão, mas que o Batista não é, ou que o
Batista dissesse que ele é que é o Cristão e o Católico não é.

Essa forma de pensamento preconceituoso ou purista é muito perigosa. Inibe
uma interação maior entre os Umbandistas, principalmente porque se cada um
acha que a sua forma de praticar é a verdadeira verdade e, que as outras
formas são ruins ou perniciosas, não fazendo parte da Umbanda, como
poderemos nos unir e combater àqueles de fora que nós perseguem? Como
poderemos nos unir para trabalharmos juntos, seja no que for, se um diz que
o que o outro faz é errado, que não é Umbanda, que é sujo, ...?

Nós Umbandistas precisamos ver que a Religião de Umbanda é muito mais do que
aquilo que praticamos como Umbanda; que aquilo que praticamos como Umbanda é
uma dentre muitas outras formas do todo maior que é a Religião de Umbanda;
que um dia, talvez, seja necessário acrescentar um adjetivo ao que fazemos
como Umbanda ( que é algo muito difícil pelo fato de muitas ramificação
tentarem impor sua forma e prática como se elas fossem as melhores e as
verdadeiras ) para podermos especificar melhor ou individualizar a nossa
prática diante do todo religioso e diversificado que é a Religião de Umbanda
( como aconteceu com o Cristianismo: Igreja Católica, Igreja Ortodoxa Grega,
Igreja Ortodoxa Russa, Igreja Batista, Igreja Prebisteriana ... e tantas
outras, mas que todas se dizem Cristãs ).

O fato é que o preconceito dentro da Umbanda existe e cabe a cada um de nós,
Umbandistas, termos humildade de ver o outro, mesmo com práticas e doutrina
diferente da nossa, também como Umbandista. Não podemos cer egocêntricos ou
soberbos de achar que aquilo que praticamos é o melhor, é a verdade
verdadeira de nossa religião. Todos nós Umbandistas somos filhos dessa mãe
chamada Religião de Umbanda e, nenhum de nós pode se achar mais filho do que
o outro. Mesmo tendo pais diferentes, a mãe é a mesma, a essência que ela
nós passou, o sopro de vida que ela nos deu é o mesmo, só que se manifesta
de forma diferente.

A obra de Deus é rica em diversidade, mas todos nós somos filhos desse mesmo
Deus.

Etiene Sales
é Umbandista, formado em Administração de Negócios e
pesquisador sobre Umbanda e outras tradições religiosas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ATENÇÃO GALERA: REUNIÃO NESTA QUARTA

AYÊ COMPANHEIROS!

NESTA QUARTA,29, ESTAREMOS REUNIDOS NA CÂMARA MUNICIPAL DE PALMAS ÁS
18HS PARA UM DEBATE SOBRE A II CONFERÊNCIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS PARA DISCUTIRMOS AS DEMANDAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA NOSSO ESTADO.

MAIS INFORMAÇÕES: 9244-5996 OU marinajornalismo@gmail.com

A culpa é da televisão!


Maria José Cotrim

A globalização traz as tecnologias da comunicação e informação, que vêm agilizar dinamizar e facilitar o processo comunicacional. Mas eu hei de concordar com minha querida professora Valdirene Cássia que ainda vivemos o fenômeno de exclusão sócio-digital. Falta muita gente ainda ser incluída neste processo.
O acesso à essas tecnologias ainda é limitado, como quase tudo neste país. Sinto muito pelas pessoas mal informadas que insistem em cultivar o preconceito, mas não posso perder a oportunidade de, chama-las de retrógradas e alienadas. Vivem na ilha da fantasia como diz o ex-candidato a prefeito de Palmas Getúlio.

Na manhã desta segunda, uma senhora muito simpática por sinal, me achou bonitinha. Minha auto-estima por alguns minutos foi ao ápice. Nossa, mas como você é uma negra lindinha... dizia ela. Retribui com um sorriso amarelo de fome. De repente, avisto de longe meu amigo Dante e esta simpática senhora deixa a máscara cair. “Mas que cabelo hem?,tem uns negão que só usa esses cabelo, deve ser dos lados da Bahia, isso fede que nem gambá. Deve que nem toma banho, num é?”

Comentário infeliz coitada! Esqueceu por alguns instantes da minha cor. Como esperado, pois Dante é um poço de educação, ele se aproxima e diz Oi amiga ah quanto tempo! A senhora ficou primeiro vermelha, depois roxinha que nem berinjela. E como se tivesse sido planejado ele ainda pergunta se eu gostei de seu novo visual.

Dona Vilma me surpreendeu então. Prontamente respondeu: Ficou na moda! tá lindinho. Como faz pra lavar? indagou ela. Ele diz Uai normal! Passaram-se vinte minutos de conversa e aqueles dois não se cansaram, o papo tava da hora! Dante então se despediu e Dona Vilma disse: Uma gracinha esse rapaz. Ah e o rastafare lava sim, esse povo da televisão é que fica colocando coisa na cabeça da gente. E ele nem é da Bahia, essa moda já chegou aqui no Tocantins. Você acredita?

Não sou psicóloga para entender o comportamento daquela senhora, mas numa análise comportamental mas por trás dos “inhos” e “inhas” que ela adjetivava tem muito preconceito adormecido. É Getúlio, sua tese não está por completo errada, tem si muitos habitantes na ilha da fantasia . Ela acha que sou besta de acreditar que a culpa de tanto preconceito é da televisão. Ela mesma me deu subsídios necessários para ter certeza que ela não está tão gagá a ponto de se deixar levar pela televisão.

O problema é o preconceito mesmo.E na illha que ela vive todo mundo é assim. Se esconde atrás de alguma coisa pra justificar o preconceito. Mas a máscara sempre cai e isso não é a televisão que ensina.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Caso Ronaldinho: o desrespeito ás crianças quilombolas

Ayê Companheiros!

O Companheiro Rogério de Porto Alegre do Tocantins me ligou numa felicidade que só com a notícia de que conseguiu uma cadeira de rodas para uma criança de 12 anos que vivia num carrinho de mão. Após uma reunião na Associação dos Idosos da Comunidade de Lajinha que fica no município, Rogério começou a articular junto á secretaria de saúde do Estado para conseguir uma cadeira especial.

Mas quem é Ronaldinho? Já adianto que o protagonista dessa história não teve a mesma sorte que os Ronaldinhos do futebol. Nasceu com paralisia infantil, jamais foi á escola, nunca fez um tratamento de saúde. Depois de onze anos, de muitas idas e voltas da secretaria de saúde, chega a cadeira de rodas pra felicidade geral da comunidade.

O caso Ronaldinho demonstra o descaso que a maioria das comunidades quilombolas do Tocantins ainda vivem. Faltam os assistentes sociais para sondar, fazer um levantamento das condições de vida dos pequenos quilombolas para assim nortear as políticas e programas sociais. Uma cadeira de rodas é o mínimo que podem fazer.E saber que nem o mínimo está sendo feito é alarmante.

E o pior ... este é o primeiro de muitos casos de desrespeito ás crianças, somente na comunidade do São Joaquim. Lá também vive uma menina com síndrome de Down. Nunca se viu no Brasil um caso desse, será que o poder público ao menos sabe disso? Acho que na busca pela “Cidadania e Justiça” esqueceram de dar ao menos uma chegadinha na Comunidade pra checar o caso. SOS crianças quilombolas. È preciso ações concretas e objetivas, um plano de acompanhamento das crianças. È direito delas e dever do Estado!

È um crime deixar essas vidas, os que darão continuidade ao povo quilombola sem assistência básica. Ronaldinho comemorou mesmo tardiamente uma mudança significativa em sua vida, mas ele merece mais: educação, saúde, acompanhamento alimentar, etc.


Maria José Cotrim

quinta-feira, 23 de abril de 2009

MOVIMENTO NEGRO DE TOCANTINS PRECISA DE AÇÃO

Caminhada na Conferência Estadual da Juventude Negra em Arraias - TO

Por Sérgio Pedro
Hoje está colocada para o movimento negro de Tocantins a necessidade de ação pratica para conscientizar a sociedade e o Estado das demandas da população tocantinense. Ação essa que mobilize vários setores da sociedade e propicie avanços para a promoção da igualdade racial. Também está na ordem do dia, a participação do movimento negro organizado nas lutas gerais e nacionais.As lutas e ações no Tocantins passa pela aplicação de políticas publicas de promoção da igualdade, os quilombolas, juventude negra, contra a intolerância religiosa e até mesmo a polemica sobre as mudanças dos nomes das avenidas de Palmas.

A proposta da prefeitura de homenagear personalidades merece também a nossa reivindicação. O apoio a iniciativa do vereador Bismarque do Movimento (PT), onde ele considera mais importante homenagear Zumbi dos Palmares que simplesmente colocar o nome do ex-governador Siqueira Campos. Essa bandeira o movimento negro tem que abraçar. Não só homenagear Zumbi, João Candido, Solano Trindade, Lélia Gonzalez e tantos outros lutares pela igualdade racial.Mobilizar a sociedade conscientizando sobre o significado do dia 13 de maio, dia da abolição da escravatura que para o movimento negro é o Dia Nacional de Denúncia ao Racismo, rediscutindo o significado do dia 13 de maio compreendendo seus problemas e seus pontos positivos, sem perder a dimensão da denuncia, entendendo o Abolicionismo como a gênese da luta pelos direitos humanos no Brasil.

Sensibilizando o movimento negro e organizando manifestações públicas.Fortalecer a luta das mulheres negras. A UNEGRO compreende que um dos tripés da dominação é machismo e que a mulher negra é a parcela mais vulnerabilizada da sociedade negra, pois sobre ela incidem o maior peso das injustiças sociais e econômicas. É preciso realizar Encontros / Plenárias / Reuniões ou Seminários no dia 25 de Julho, dia Internacional das Mulheres Negras. Organizar o Fórum de Mulheres Negras do Campo.A UNEGRO tem defendido a necessidade de o movimento negro ir às ruas denunciarem o racismo e popularizar seus pleitos de forma unitária e coesa. Com esse objetivo propõe que no dia 20 de novembro o movimento negro organize em todas as capitais Marchas da Consciência Negra. Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pará realizaram.

O movimento negro em Tocantins tem todas as condições de dar um salto de qualidade e representativas no processo da II CONAPIR e criando a sua agenda de forma que a sociedade e o Estado compreendam da necessidade da luta pela igualdade, nesse sentindo o movimento negro em ação dará novos frutos e a UNEGRO em Tocantins jogará esse papel juntamente com as demais entidades.Viva Zumbi dos Palmares!!!
-Sérgio Pedro é jornalista, designer, membro do Conselho Deliberativo Nacional da Unegro e presidente da UNEGRO/DF

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Modelos negras podem ter cotas em desfiles de moda


O Ministério Público de São Paulo lançou uma proposta na qual as grifes participantes das semanas de moda de Paris, Milão e Nova York poderão ser obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles --no estilo do que já fazem as universidades públicas.

 

Desde o ano passado, a Promotoria abriu um inquérito para apurar a prática de racismo no evento São Paulo Fashion Week que acontece anualmente e é o maior evento da moda do Brasil. A promotora Déborah Kelly Affonso, do grupo de atuação especial de inclusão do Ministério Público de São Paulo foi que idealizou a idéia das cotas nas passarelas.


"O percentual de modelos negros no evento [em torno de 3%] é bem menor que o de brancos. O objetivo da Promotoria é fazer um acordo de inclusão social. Estabelecer um número mínimo de modelos negros a desfilar", afirma ela.


O inquérito tem como ponto de partida reportagens publicadas pela Folha Online em janeiro de 2008.

Naquela temporada, apenas oito dos 344 modelos que desfilaramna SPFW eram negros --2,3% do total. No Brasil, 49,7 % da população é composta por negros e pardos, segundo o último censo do IBGE (de 2007).

 

Nossas modelos negras têm muito o que mostrar e esbanjar nas passarelas. A necessidade de inclusão e oportunidade para as jovens modelos negras é notável quando analisamos o percentual de participantes no evento São Paulo Fashion Week. Mas sempre que pensamos e exigimos cotas é preciso fazer uma análise sociológica das ações afirmativas. Sim, pois quando se pede vagas reservadas é pra garantir a reparação social e as passarelas não ficam fora disso.

 

As perspectivas de trabalho e emprego para a juventude negra ainda estão ligadas á exclusão social que vivemos. |Portanto, o que se deve discutir não é se é certo ou errado dar cotas mas como essa ação pode incluir e diminuir a discriminação racial nas passarelas.

 

A proposta ainda está em análise e tomara que a decisão final leve em conta a necessidade de contemplar a diversidade cultural nas passarelas e a obrigação do Estado de garantir e criar meios de inclusão para os povos no Brasil.

 

Ayê Companheiros!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"UM POVO SEM MEMÓRIA É COMO UMA ÁRVORE SEM RAÍZES"
BOB MARLEY

Calendário Afro do mês de ABRIL

Datas Significativas:

01 - Primeiro Festival Mundial de Arte Negra, Dakar, Senegal / 1966
01 - Criação do Partido dos Panteras Negras, EUA / 1967

04 - Assassinato de Martin Luther King Jr., Memphis, EUA /1968

04 - Criação do bloco afro Agbara Dudu, Rio de Janeiro, RJ / 1982

04 - Independência do Senegal / 1960

05 - Nasce o grande capoeirista Vicente Ferreira Pastinha, "Mestre Pastinha" / 1888

05 - Nasce o compositor Joaquim Maria dos Santos, Donga, autor de Pelo Telefone, primeiro samba gravado

07 - Dia da Mulher Moçambicana
07 de abril: Dia Mundial da Saúde

12 - Nasce Esmeraldo Tarquínio, deputado estadual e prefeito de Santos / 1927

15 - Nasce o compositor do Hino à Bandeira, o negro Antônio Francisco Braga / 1868
17 de abril: Dia internacional de Lutas Camponesas

19 - Independência de Serra Leoa / 1961
19 - Dia do Índio

19 de abril: Dia da Luta Indígena.

23 - Nascimento de Pixinguinha, músico / 1898

25 - O Bloco Afro Olodum é criado em Salvador, BA /1979

25 de abril: Dia Latino-Americano da Mulher

26 - Nasce Benedita da Silva, primeira mulher negra a ocupar o cargo de governadora /

26 - Iniciam-se as primeiras eleições multirraciais na África do Sul / 1994

27 - Independência do Togo

27 de abril: Dia Nacional da Empregada Doméstica
As trabalhadoras domésticas, em sua maioria negras, migrantes, rurais, com baixa escolaridade, constituem a categoria profissional de maior concentração de mulheres no Brasil, e ainda a mais discriminada e sem acesso aos direitos trabalhistas, situação agravada pela violência e exploração de que são vítimas cotidianamente.
O trabalho doméstico esconde ainda a perversa face do trabalho infantil, em especial realizado por meninas, já que “culturalmente” tarefas domésticas são realizadas pelas mulheres.

31 de abril: Dia Nacional da Mulher.

QUILOMBOLAS COBRAM SOLUCAO PARA FALTA DE AGUA


Nossos quilombolas estão na luta pela implatação das políticas públicas do governo federal nas comunidades. Cadê os poços artesianos que é o mínimo que devem propiciar aos quilombos? Estamos atentos querem pegar carona nos programas do governo federal e ser o "pai " da criança.

Representantes das comunidades quilombolas Lajinha e do São Joaquim estiveram no gabinete do Coordenador Regional da Fundação Nacional da saúde no Tocantins, João dos Reis Ribeiro Barros para expôr as dificuldades no que se refere à escassez de água, e com relação aos poços artesianos nas comunidades. No período seco, o problema agrava a qualidade de vida e saúde das comunidades.

Os representantes afirmam que falta comunicação e interesse dos órgãos competentes em resolver a causa. Além disso apresentaram ofícios e relatórios para o INCRA, a Funasa e secretaria estadual de cidadania e justiça, pedindo a instalação de poços artesianos. “Nós queremos o esclarecimento, pois divulgam que vão construir, já foram feitos estudos com locais determinados e até agora nada. Não tem nada concreto”, explicou o líder Rogério Ramos.

Na reunião, o coordenador explicou o procedimento necessário para o repasse de recursos para realização de ações de saneamento nas comunidades, ficando agendado para o dia 15 ou 16 de abril uma reunião entre os órgãos competentes para discutir a questão e para maiores esclarecimentos sobre como proceder para obtenção dos benefícios.

À frente da causa estão o líder da Comunidade Quilombola da Lajinha sr. José Nogueira e o Presidente da Associação da Terceira Idade Vida Nova de Porto Alegre do Tocantins Rogério Ribeiro onde os idosos das duas comunidades são associados. Outra cobrança das entidades é o reconhecimento da comunidade junto à Fundação Palmares, já que os moradores moram no local há muitos anos.

Vamos sair de trás das mesas confortáveis e fazer o dever de casa?

BOA SEMANA COMPANHEIROS!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Avenida Zumbi dos Palmares

Tramita nas discussões e na Câmara municipal de Palmas, a proposta de um projeto de lei que muda o nome da Avenida Teotônio Segurado para Avenida Governador Siqueira Campos. O bafafá em torno disso divide opiniões e vem sendo uma pedra no sapato de alguns que acharam que todos os vereadores iriam cordialmente votar a favor.

Me indignei com a proposta. mas vamos lá! O que nos leva a colocarmos nomes de pessoas em avenidas, ruas, praças, ongs, etc? A trajetória de luta e contribuição daquela pessoa para com a sociedade. Para celebrar a memória então se faz a homenagem. De norte a sul do país isso é moda, pois na base de nossa história muitos deram até a vida pra salvar muitas outras em prol de lutas sociais.

Mudar de Teotônio Segurado para Siqueira Campor porque? Homenagear algúem ainda vivo, seja qual for sua luta... é estranho! Soa como um projeto do nada para lugar algum. Tudo isso pra não esquecer quem foi Siqueira e tudo o que ele desbravou pelo Tocantins e por Palmas. Ele já é polêmico o bastante para não esquecermos os tempos ditatoriais que ele implantou no Estado.

O companheiro vereador Bismarque do movimento diz que não vota a favor. Em seus argumentos percebe-se uma preocupação real em preservar a história e homenagear de fato, alguém histórico. Ele sugeriu que a avenida se chame então: Zumbi dos Palmares! Sobre essa sugestão do nobre vereador, ninguém nada comentou. Querem apenas é julgar se ele tá sendo companheiro u não com o prefeito do qual ele é líder de bancada.

Mas o vereador quando sugere isso não joga palavras ao vento, ele mexe na ferida que ainda dói para muitos! Não tirando o mérito do ex-governador Siqueira Campos, mas vamos pensar num ponto de vista sociológico: Zumbi dos palmares foi homem de uma luta que ainda hoje, nós do movimento negro buscamos. A luta pela igualdade, pelos direitos respeitados.

Porque não avançar em políticas públicas, dando um passo de elefante rumo á visibilidade da luta do povo negro. Essa discussão trouxe á tona essa representatividade que fata a nós, negros 65% da população palmense. Vamos discutir ou tapar o sol com a peneira que é o jeito mais comum do poder público encarar as demandas e as lutas do povo negro.

Avenida Zumbi dos Palmares será marcada por luta. Homenageará e incentivará a igualdade racial tão buscada por nós. Vamos reduzir essa estimativa de 15 anos para que cheguemos á igualdade!

Esse é nosso!

Bom dia amigos desta rede de debates!!

Sei que ainda estamos em processo de adaptação á essa rede de debates, mas conclamo aos interessados para que participemos com dicas, sugestões e principalmente opiniões e propostas.
Afinal, esse é nosso! Vamos discutir as diferenças??

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sangue de movimento correndo na veia!!

Olá Caros amigos e companheiros!!

Hoje tenho o prazer de começar as postagens deste nosso Blog que chega com muita boa intenção para debatermos e falar mais alto sobre o negro. Muitas pessoas acham que falar do negro é pregar a supremacia da raça.è querer dizer que somos melhores!
Engraçado...se nós pararmos de reionvindicar estaremos sendo passivos para com a sociedade que tanto ainda nos exclui...seja na educação, ou na falta de oprtunidade,no descaso á saúde.
E não sou eu, essa mera militante que estou falando, são os principais institutos de pesquisa de nosso país que apontam índece de 85% de pessoas que reconhecem que o racismo existe, mas apenas 5% destas se dizem racistas. Ora, como pode haver racismo sem raciastas?

Neste sábado, 4, aconteceu em Palmas a etapa municipal para a Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial que será em maio. Foi de encher os olhos a manifestação da negrada consciente que foi além da presença física no auditório da Escoal Técnica Federal.O movimento institucionalizado ou o que só olha para o próprio umbigo caracterizam uma luta egoísta.E quando vi a galera ativa, ciente do que vive e das mudanças que precisa, meu coração bateu mais forte!

Queremos sim reparação, queremos cotas, queremos políticas públicas!E o sangue de movimento deve falar mais alto para clamarmos justiça e fazer nossa parte, elaborarmos as propostas para que o Estado cumpra com o que nos é de direito. E exigir isso não é um ato egoísta é trilhar o caminho da igualdade em nosso país.

Me entristece quando vejo que a projeção para que brancos e negros sejam socialmente iguais se o governo começar a agir agora é de 15 anos! e ainda querem que paremos de falar em racismo. Como? se ainda estamos na margem da sociedade, á mercê do sistema!
Trabalho, terra, moradia, cultura, saúde, gênero....vamos discutir as diferenças?Vamos buscar juntos soluções, resgatar nossa identidade étnica!

Viva o povo negro! ÊA!!O PAÍS PRECISA DO NOSSO SANGUE ATIVO DE MOVIMENTO NEGRO CORRENDO NA VEIA!!

NEGRO EM DEBATE

Espaço dedicado á todos os que gostam de falar e compartilhar sobre o negro! Dê sua contribuição, é nosso: Bem vindos: AYÊ!