O Ministério Público de São Paulo lançou uma proposta na qual as grifes participantes das semanas de moda de Paris, Milão e Nova York poderão ser obrigadas a cumprir cotas raciais em seus desfiles --no estilo do que já fazem as universidades públicas.
Desde o ano passado, a Promotoria abriu um inquérito para apurar a prática de racismo no evento São Paulo Fashion Week que acontece anualmente e é o maior evento da moda do Brasil. A promotora Déborah Kelly Affonso, do grupo de atuação especial de inclusão do Ministério Público de São Paulo foi que idealizou a idéia das cotas nas passarelas.
"O percentual de modelos negros no evento [em torno de 3%] é bem menor que o de brancos. O objetivo da Promotoria é fazer um acordo de inclusão social. Estabelecer um número mínimo de modelos negros a desfilar", afirma ela.
O inquérito tem como ponto de partida reportagens publicadas pela Folha Online em janeiro de 2008.
Naquela temporada, apenas oito dos 344 modelos que desfilaramna SPFW eram negros --2,3% do total.
Nossas modelos negras têm muito o que mostrar e esbanjar nas passarelas. A necessidade de inclusão e oportunidade para as jovens modelos negras é notável quando analisamos o percentual de participantes no evento São Paulo Fashion Week. Mas sempre que pensamos e exigimos cotas é preciso fazer uma análise sociológica das ações afirmativas. Sim, pois quando se pede vagas reservadas é pra garantir a reparação social e as passarelas não ficam fora disso.
As perspectivas de trabalho e emprego para a juventude negra ainda estão ligadas á exclusão social que vivemos. |Portanto, o que se deve discutir não é se é certo ou errado dar cotas mas como essa ação pode incluir e diminuir a discriminação racial nas passarelas.
A proposta ainda está em análise e tomara que a decisão final leve em conta a necessidade de contemplar a diversidade cultural nas passarelas e a obrigação do Estado de garantir e criar meios de inclusão para os povos no Brasil.
Ayê Companheiros!
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