quinta-feira, 29 de abril de 2010

O que nem Freud explica Melk tenta explicar...



Por Maria José Cotrim

Gosto do debate! Quando percebi que o diálogo apresenta os caminhos para a solução defini: é esse o caminho que vou buscar para o que acredito!Pois não, como blogueira apaixonada por este meu espaço e consciente de minhas ideologias topei o “exercício” proposto pelo amigo e assessor de comunicação do senador João Ribeiro (PR),Melk Aquino.

Sem diferenças pessoais e apenas no campo das idéias...pertinentes as colocações de Melk sobre minhas críticas à fala do senador João Ribeiro que no evento que selou a aliança entre DEM, PR e PSDB ressaltou seu apoio à campanha da ministra Dilma Rousseff, candidata do PT.Eu disse e repito "NEM Freud explica essa declaração no meio do espetáculo".

Melk propôs que eu me imaginasse como uma prefeita que apóia o Senador e mesmo com toda pressão do governo, tivesse ido ao evento/espetáculo. Encontrei dificuldade de imaginar isso, confesso! Mas vamos lá!

Para mim, o processo político tem etapas preparatórias e os arranjos precisam vir um de cada vez. O evento marcou a volta do senador para seu grupo de origem: A União do Tocantins.O fato era esse. O PR fez uma consulta de meses com os prefeitos que apóiam o senador, embora alguns deles tenham negado, mas ali era a “hora H”, o concreto.

Eu como uma prefeita da base do Senador estava ali para ver com “meus próprios olhos” a concretização do retorno. Sim, aliás desde setembro era ao lado do governador que eu via o Senador e em uma certa ocasião em Miracema posso não ter escutado mas ao menos fiquei sabendo que ele disse que não era caranguejo para andar para trás.

Situação dois. Vamos supor que meu município seja da região sudeste, assim sendo,vi e recebi “meu senador” na Caravana “Acelera Tocantins” com o governador e falando o nome de Dilma.No entanto, era essa a imagem e percepção que eu tinha até então do Senador: ao lado de Gaguim e do Acelera. Mesmo sendo uma volta, a imagem é que vale mais que mil palavras.Prefeito é humano e por mais fiel que seja politicamente tem suas percepções...

Como prefeita naquele evento, talvez em virtude do calor ambiente,da lotação e até por outros motivos eu nem tenha escutado “meu senador” falar em Dilma. Se Ribeiro tivesse falado um tempo maior sobre Dilma e Lula,ainda assim, talvez não fosse essa parte do discurso que ia me marcar.

Porque? Porque era a primeira vez depois de muito tempo que “eu, a prefeita” estava vendo Siqueira e Ribeiro de mãos dadas, abraçados, pousando para fotos.O apoio á Dilma? Isso é uma segunda etapa!

Outra coisa... até para evitar desentendimentos e conflitos entre o trio “Siqueira/Kátia/Ribeiro” a “declaração inoportuna” não deveria ter sido feita. Sim...na hora de fechar a aliança o que foi conversado sobre isso? Como a diferença de palanques para os presidenciáveis será trabalhada num grupo em que apenas Ribeiro fará palanque para o PT? Não ficou claro que isso foi “bem” conversado entre os líderes...

Para reafirmar a posição para os prefeitos presentes ou até para comprovar a fidelidade política e amizade com o presidente Lula e com a ministra não importa qual motivo. O fato é que a situação de Ribeiro é a menos confortável num grupo de partidos que trabalhará “firmemente” para eleger Serra e isso precisa de cuidado pois “respinga” sim na harmonia na coligação estadual.E se a Kátia for a vice do Serra? vai piorar....

Depois do evento ela deu uma cutucada: “Infelizmente nesse ponto nós vamos vencer o senador”, palavras dela á imprensa quando questionada sobre a diferença de palanques. Sugiro que o apoio, reconhecimento e parceria de Ribeiro com Dilma seja trabalhado de forma esquematizada pois pode ser uma “arma política” para a base governista que pode usar disso para desestabilizar a “união”.

Naquela ocasião, falar de Dilma marcou posição mas para os prefeitos pode não ter surtido efeito no entanto para os “Serristas”... sei não! Ouvi um popular comentando: “Mal chegou e já vem fazendo palanque para a Dilma....” É disso que eu falo, do tempo natural de maturação do processo. Kátia também vendeu seu peixe falando do Serra mas numa situação bem mais confortável...

A junção com Siqueira está sacramentada agora. E o apoio á Dilma? Campanha é campanha e mesmo estando aqui no Estado com interesses em comum com Siqueira e Kátia, quando meados de julho vier e petistas e tucanos forem ás ruas o terreno precisa estar adubado.Porque não dá: de um lado da cidade KátiA: "VOTEM SIQUEIRA E SERRA". Do outro Ribeiro rebate: "VOTEM SIQUEIRA E DILMA"...Nos municípios a mesma lenga-lenga?

Não sei se fui "pragmática" como Melk pediu em seu comentário. Mas bem sincera com certeza...

Veja comentário postado por Melk no texto: "QUE PORRA É ESSA?":

Maria José...

Tem muita coisa no seu texto acima que discordo em gênero, número e grau. Muita mesmo. Mas, sou daqueles que respeita o direito à opinião, principalmente num canal como este. Os blogs pessoais são para isto mesmo: a livre manifestação da opinião. E eu que já respondi a processo na Polícia Federal (toquei piano e tudo) por causa da exibição do Je Vous Salue Marie, de Jean-Luc Godard, na UFG, quando o Sarney proibiu o filme no Brasil, serei sempre um defensor da livre manifestação de idéias, assim como da livre manifetação artística.
Mas me senti tentado a lhe convidar a fazer um exercício. Para falar especificamente da sua crítica ao João Ribeiro de falar da Dilma e do Lula naquele evento. Vamos lá?
Mas só vale se você se permitir a aceitar o meu convite.
Pois vamos lá... Te convido a se imaginar como uma prefeita de uma cidade do interior. Você tem um senador, que é campeão de liberação de recursos junto ao Governo Federal de uma lado e um Governo que só promete e não cumpre de outro.
Este senador tem creches, pavimentação asfáltica, recursos para patrulhas mecanizadas e para eletrificação rural pendentes para serem liberadas para o seu município.
Você, prefeita, mesmo com toda a pressão do Governo Estadual para que não fosse ao evento que consagrou Siqueira como pré-candidato ao Governo do Estado, resolve aparecer na ATM.
Você quer que este senador, membro do Conselho Político do Lula, aliado do Governo Federal, demonstre que sua fidelidade e diga que respeita seus companheiros apoiarem Serra, mas que fará campanha para Dilma, ou prefere que ele se cale?
Pronto... Seja sincera na resposta! Aliás, seja pragmática!
Quero muito ouvir a sua resposta.

Melck Aquino

2 comentários:

  1. Prezada amiga Maria José,

    um debate franco como esse aqui travado entre você e o assessor Melck Aquino é muito gostoso de ler. Confesso que sinto muita falta desta livre exposição de opinões no Tocantins.

    Preciso dizer que compreendo com clareza seu "estranhamento" às declarações de apoio a Dilma, pronunciadas pelo senador João Ribeiro em pleno ninho tucano. Politicamente é um posicionamento incomum, estranho para os eleitores menos esclarecidos.

    É mais fácil para o eleitor assimilar o voto na chapa completa. Serra - presidente; Siqueira - governador e João Ribeiro - senador.

    No caso da prefeita sugerida pelo Melck em seu comentário, ela terá uma trabalho redobrado para explicar às suas bases que o senador que trouxe a creche e o asfalto para o município apóia a Dilma pra presidente, do PT, mas para governador pede voto para Siqueira Campos, do PSDB, cujo partido tem candidato, que é José Serra.

    Entendo também a visão do Melck. No fundo, João Ribeiro quis manter suas origens, ainda que contraditorias, nos campos federal e estadual. No entanto, a declaração de apoio a Dilma naquele momento foi mais negativo do que positivo para o senador, na minha opinião.


    Um brinde à liberdade de expressão.

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  2. ANTONIO SODRE ALVES4 de maio de 2010 às 05:44

    ESSE MELCK E BOBAO MESMO, SERÁ QUE ELE NÃO SABE QUE A MARIA JOSE É GAGUIM DE CARTEIRINHA, AFINAL QUEM PAGA O SALARIO DELA???

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