sexta-feira, 23 de abril de 2010
Movimento para que?
Ayê companheiros e ex-companheiros! Mais uma sexta de Oxalá deste abril que corre rápido.
Por Maria José Cotrim
Desde ontem tenho recebido vários e-mails de amigos que estão concluindo a Pós-graduação em História da África na Universidade Federal do Tocantins. Os alunos estão fechando o artigo de conclusão do curso e os temas são variados dentro da temática étnico-racial. Um deles em especial me chamou atenção pois fala dos fenômenos culturais na comunidade do Morro de São João.
O historiador André Gomes está estudando as manifestações culturais na comunidade e como ele me narrou as condições são subumanas. Parece discurso batido falar da infra-estrutura das comunidades quilombolas e talvez seja...mas se esse tema tem ocupado tantos textos nesse blog é um sinal de que infelizmente nada vem sendo feito.
Preservar a comunidade não é deixar ela lá solta vivendo ao Léo. Ao contrário do que muitos pensam não vou delegar a culpa ao governo. Ao menos que esse tenha sido provocado sobre a questão e não tenha dado resposta..pelo que eu sei não foi o que aconteceu.
Os problemas estruturais são complicadinhos de resolver, reclamações não faltam. O que falta é levar tais reivindicações ao lugar certo. Gente...é preciso um movimento de quilombos com uma comissão formada para levantar as demandas PRIORITÁRIAS de todas as comunidades.A Federação Quilombola também pode cumprir esse papel em parceria com os órgãos responsáveis.
È preciso interlocutores. Líderes.... E esse diagnóstico que falo não é o que já me foi repassado com número de famílias ,número de orelhão e outros dados superficiais. É um levantamento detalhado que aborde questões físicas e sociais da comunidade. Os pesquisadores da UFT ajudam nesse processo pois não há como estudar a cultura da comunidade sem entender o modo de ver e pensar de quem vive lá.A situação que afeta as famílias que vivem nos quilombos precisa de um raio-x.
Infelizmente, a ajuda não vai cair do céu por mais que tenham muitos empenhados...
Enquanto esse "movimento" não vier com força e objetivos nossas comunidades continuarão sendo centro de pesquiasas isoladas que não influenciam positivamente em nenhum aspecto a vida nos quilombos...
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