Ministro Edson Santos não vai deixar Seppir para concorrer às eleições

Por Maria José Cotrim

Segundo levantamento feito, o ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos não deve se desincompatibilizar do cargo para concorrer nas eleições de outubro deste ano. A pesquisa mostra ainda que cerca de 15 ministros do presidente Lula devem deixar os cargos para serem candidatos, a principal delas Dilma Rousseff que deve encabeçar chapa presidencial do governo.

O percentual de candidatos que ocupam cargo no governo é considerado grande por alguns especialistas. Mas quanto ao ministro Edson: depois de muitas solicitações de lideranças do movimento negro, ele optou por não sair candidato a nenhum cargo eletivo. De muito valerá essa postura se nesse último ano do governo Lula ele buscar uma aceleração no andamento das políticas e entrosamento com as entidades do movimento negro.

Edson, que esteve presente físicamente todos os dias e nas plenárias da II Conferência Nacional de Igualdade Racial ano passado tem um compromisso com a causa da Igualdade Racial. Mesmo sem a presença do presidente Lula para pelo menos saudar os mais de 3 mil delegados de todos os estados do Brasil presentes na Conferência coube ao ministro levar o “recado” do movimento para o presidente.
O Estatuto, os programas voltados para juventude negra, valorização da mulher quilombola, a titularidade dos territórios quilombolas.... estamos esperando a contrapartida do governo nessas e tantas outras questões que configuram a dívida social com o povo negro.

Nas Assembléias e nos Congressos precisamos de nossos representantes que abracem a causa, dialogem com o movimento e ajudem na cobrança junto ao governo. Me lembro quando a delegação do Tocantins visitou um senador que representa o Estado, nos dias da Conferência, e no gabinete dele pedimos ajuda junto aos demais senadores para a aprovação de matérias relacionadas com a temática. Ele não só esqueceu o compromisso como nem lá está mais em virtude de “interesses maiores” no Estado.

O quadro tem que mudar. Quem for eleito para ocupar os espaços de poder e intercambiar as relações tem que fazer sua parte. Já que resolveu ficar ministro, tá mais que na hora de intensificar as ações da secretaria, mesmo sendo ano eleitoral. E nas urnas....cabe a cada um fazer sua parte!