sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O mito da igualdade racial e o efeito Prouni
Por Maria José Cotrim
Não faltam intelectuais para se posicionarem contras as cotas. Esse debate em torno das reserva de vagas nas universidades e ainda em outros setores da sociedade permeia há anos entre sociólogos, historiadores, militantes, e até entre os próprios estudantes e beneficiados e ainda entre os que não entendem “nadica de nada” do assunto.
Na base da argumentação dos críticos de plantão está o que eles apontam como conflito racial. Os dados do Programa Universidade para Todos, no entanto, desconstrói essa argumento.
Os bolsistas, que são selecionados de escolas públicas, têm acesso à universidades particulares contribuindo assim para a diversidade cultural no ambiente acadêmico. Os dados mostram que o índice de aproveitamento dos beneficiados do Prouni supera o dos não-bolsistas.
São 300 mil jovens negros hoje nas universidades através do programa, conforme dado repassado pelo Ministério da educação. Outros 50 mil estudam através do sistema de cotas das universidades.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad o Prouni é o maior exemplo de que as cotas dão certo e que não causam separativismo.“O ProUni é um modelo de cotas e vemos que a qualidade dos alunos não caiu.
Pelo contrário, os alunos têm desempenho superior ao dos não cotistas”, disse o ministro em entrevista essa semana.
De fato, o Prouni além de democratizar o acesso ao ensino superior, contempla a diversidade e propicia a convivência com a diferença.Sendo assim configura como uma ação afirmativa de reparação social.
Só que as políticas que dão certo não podem também deixar de serem analisadas gradualmente e se necessário sofrerem mudanças e com o Prouni também deve ser assim.
Como parafraseou essa semana o ministro da Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo há a necessidade de superar o “mito da democracia racial”.Não faltam pessoas para acreditarem nisso e saírem por aí reproduzindo o princípio errôneo de que o preconceito está nos olhos de quem vê.Esses é que são o perigo!
Esses alienados precisam ter conhecimento de que política pública efetiva é que muda a realidade social. È com investimento e estratégias reais de reparação que criaremos as condições para um modelo multicultural em todas as áreas. E o Prouni representa isso hoje numa sociedade ainda tão calejada de igualdade.
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Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirPS: A palavra igualdade no final do último parágrafo deveria ser desigualdade.
muito bom o texto parabens pela iniciativa do blog sou mulata e pretendo concorrer a uma cota para negros sera que eu passo?
ResponderExcluirquerido, todo mulato é negro. Inclusive, o termo mulato surgiu com referência a mula, produto do cruzamento do cavalo ou égua com o jumento. A mula como todos sabem é estéril. Pois a ideia da época, onde o termo surgiu, era de que não deveria existir contato sexual entre brancos e negros. Embora muitos dos que se dizem mulatos não gostem, todo mulato é negro também.
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