segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cissa e as Cissas do Brasil...



Por Maria José Cotrim

Boa tarde companheiros!

Tenho visto há um mês e meio em vários veículos de comunicação, principalmente os da internet, a repercussão do caso da morte de Rafael Mascarenhas, o filho da atriz Cissa Guimarães, da Globo, vítima de um acidente aos 18 anos de idade.

Depois da investigação policial do caso, reconstituição do crime e tudo o caso continua à tona com foco no estado emocional da atriz.

Já vi matérias mostrando a Ciça junto com amigos de Rafael, pixando um muro perto do local do acidente. Vi também a atriz abraçando uma árvore perto de onde foram enterrados os restos mortais do jovem.

E nesta segunda-feira, 6, vi uma matéria dizendo que a atriz continua abalada e está fazendo a “terapia do Luto” que tem como objetivo, conforme consta na matéria, "readaptar uma nova e aparentemente ilógica realidade" nos casos em que filhos tão novos morrem.

A psicóloga que está atendendo a atriz, Adriana Thomaz, explicou que identificou uma necessidade da atriz voltar aos palcos para ajudar a superá-la a ausência do filho.
Cissa, por sua vez, recomendou que vários pais e mães que passaram por este mesmo “pesadelo” também façam a terapia.

Falar da morte ainda é muito doloroso em nossa sociedade, por que a forma de encará-la ainda é de apego material total. Fiquei imaginando ao acompanhar esse caso da Ciça os vários casos de mães de famílias, que não são famosas, e que passam todos os dias por essa situação de perda.

Seja a mãe que mora nas favelas, nos grandes centros, ou aquela que vive numa comunidade mais tranqüila e ainda assim perde um filho por uma fatalidade. Em muitos casos, principalmente alguns de bala perdida, a mãe é quem sustenta a casa e já no mesmo dia em que enterra o filho precisa continuar na luta por um trabalho para sustentar a casa.

Outras mães, perderam também os filhos e nem sequer sabem se estão apenas seqüestrados, se fugiram ou foram brutalmente assassinados. Essa convivem com a dor e a incerteza de saber ao menos o paradeiro.

Muitos desses casos não temos a oportunidade de acompanhar como o da Cissa, que tem notoriedade, mas é bom saber que existem todos os dias nesse país que carece de uma segurança pública e combate ao crime organizado mais eficaz.

As Cissas do Brasil não estão nos jornais e nos Sites de notícia mas estão todos os dias buscando as formas de superação para um cotidiano tão desigual e ainda injusto. As Cissas estão por aí, em todos os cantos desse país e sem direito à terapia do Luto, infelizmente!

2 comentários:

  1. Muito bem observado, maria. Tenho um texto em que comento acerca dessa mesma situação. Dá uma conferida. http://meiolitrodemel.blogspot.com/2010/07/invisibilidade.html

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  2. Boa tarde maria,adorei esse texto porque sou umas das cissas, perdi meu filho com apenas 20 anos na saida do quartel, sendo atropelado por um sargento no dia 30/03/2010.um filho maravilhoso que me faz muita falta,seria nuito bom se existisse algum lugar para nós cissas sem condições financeiras para fazermos terapia do luto,tambem ficamos sem vida. muito obrigado

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