quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A-N-A-F-A-L-B-E-T-I-S-M-O Tatuísta!



Por Maria José Cotrim

AYÊ companheiros!

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou que no Brasil pouco mais de 14 milhões de pessoas são analfabetas em nosso país.

O levantamento é do ano passado e mostra algo que chamou minha atenção: “A maior concentração de analfabetos foi registrada entre as pessoas pertencentes aos grupos de idade mais elevados: 92,6% deles tinham 25 anos ou mais de idade”, consta na pesquisa.

A taxa é crescente de acordo com a idade, um perigo! Essa mesma pesquisa mostra que o ensino público no Brasil melhorou e atinge mais jovens hoje. O analfabetismo é um dos males permanentes de nossa sociedade brasileira. A taxa de pessoas nessa condição oscila mas eles sempre estarão nas estatísticas.

A área da educação é a que mais tem tido esforços do governo federal e mais envolvimento de várias entidades em todos os estados brasileiros. A mudança nesse quadro está sendo gradual no intuito de "banir" os analfabetos, principalmente os funcionais que sabem ler e escrever e não entendem nada.Não interpretam.

Esses são pouco mais de 60% da população brasileira.

O analfabetismo, como vários outros aspectos sociais, está ligado às condições de vida as quais o indivíduo está submetido, ou seja, depende extremamente da situação social.

Na minha pequena Igaporã, por exemplo, cidade baiana com cerca de 15 mil habitantes, as adolescentes vão morar em casas de família em troca de um valor miserável por mês e por um prato de comida. A desculpa de sair da zona rural para ir para a cidade é a necessidade de estudar.

Mas como estudar e aprender sendo que esta menina acorda cedo para as atividades domésticas, já vai para a escola cansada e mal tem tempo para se dedicar às atividades escolares? Ela pode sim se for esforçadinha aprender a ler e escrever.

Deixou de ser analfabeta, se continua vivendo em um ambiente tão monótono que não desperta nela nenhuma criticidade? Ela não é só funcional...Aí caímos num novo tipo de analfabetismo que vou intitular de : tatuísta.

Esses analfabetos sabem ler e escrever o nome e até coisas mais difíceis ortograficamente falando mas na hora de interpretar e analisar vários aspectos é igual tatu: se recolhe! Daí o tatuísmo.

O funional lê, lê, lê, os tatuístas acham que já sabem de tudo, afinal conseguem até diplomas.

Existem vários tatuístas em nosso meio, muitos com profissão, alguns médicos, advogados....jornalistas! É um anafalbetismo que você sente quando senta numa mesa para tentar manter um diálogo.O indivíduo tem dificuldades de discutir por falta mesmo de conhecimento ou, na maioria das vezes, por preguiça de estabelecer o diálogo.Pre-gui-ça!

Um anafalbetismo que não deixa o indivíduo ter posturas mais críticas acerca do espaço que vive.Seres limitados.Até são informados, lêem muito, acessam internet, ocupam cargos importantes mas não assimilam o que estão consumindo.E nem ligam com isso..afinal são tatuístas,ignoram a própria ignorância.

Esses analfabetos estão aí à solta arrotando sabedoria e conseguindo superar os "funcionais" na falta de compreensão da sociedade moderna e dos fenômenos que fazem parte dela, muitos com destaque social mas quando a coisa aperta sempre recorrem ao buraco, igual o tatu.

Afinal, para os tatuístas o melhor mesmo é ser comum, vazio...

Um comentário:

  1. Ótima visão, Maria! Como sempre, mais uma idéia contundente apresentada no seu blog. Postei há pouco um texto que indiretamente, também trata desse analfabetismo tatuísta. Fico indignado que muitas dessas pessoas estão por aí, fingindo ser boas e tentando conquistar a confiança de outrem...

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