terça-feira, 17 de novembro de 2009
Em lançamento de Fórum, sociedade cobra políticas para comunidade negra do Estado
Por Maria José Cotrim
O lançamento do Fórum de Cultura e Educação Afro-brasileira aconteceu nesta segunda, 16, no auditório do Palácio Araguaia. O evento segue até a quarta, 18 e vai discutir as perspectivas para a educação e ainda como trabalhar nas comunidades quilombolas do Estado. Participam do encontro instituições públicas e movimentos sociais. O presidente da Assembléia, Júnior Coimbra (PMDB) participou do encontro.
Os participantes serão divididos em grupos de trabalho para discutir as temáticas. Na noite foi lançado ainda o livro “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” escrito por professores da educação básica do Tocantins produzido pela Secretaria Estadual da Educação. O assessor parlamentar da Seppir, Benedito Sintra, fez palestra sobre o “Estatuto da Igualdade racial: desafios para o Brasil e o Tocantins”.
Sociedade cobra ações do governo
O presidente do Fórum, Maximiano Bezerra citou que de acordo com o IBGE, 75% da população é negra no Estado. “Nos 139 municípios não existe projetos de cultura, só a secretaria de cidadania e justiça e a UFT tem departamentos específicos para tratar da temática”, cobrou. Maximiano falou da necessidade de cotas raciais e fez apelo para que os secretários olhem para a lei 10.639 que trata da temática afro nas escolas. “È o maior legado que vocês podem deixar para a comunidade negra”, disse.
“Trazemos o retrato das pessoas que continuam vivendo esse desafio de lutar e continuar participando em busca de nossos direitos”, disse Maria Luísa, representante do Grupo de Consciência Negra do Tocantins. A coordenadora do Gruconto denunciou ainda casos de mortes entre jovens na cidade de Miracema. “É freqüente o assassinato de jovens negros. Vejam o clamor dessas famílias. Estamos aqui para pedir justiça" argumentou.
Para a professora Maria Aparecida Matos, professora da UFT e conselheira da Secretaria Especial de Políticas da Igualdade Racial, existem avanços nessa discussão. “Precisamos trabalhar a formação de professores, de material didático”, disse. A professora relatou algumas ações que estão em andamento no Estado, como implantação dos Conselhos da Igualdade Racial.A Coordenadora do Centro de Educação Popular, Maria Ivanir Ilídio falou sobre as dificuldades e má situação das comunidades quilombolas do Estado e ainda da necessidade de implantação de políticas públicas.
Órgãos prometem apoio
A Procuradora do Ministério Público Federal, Ludimila Fernandes da Silva disse que há a necessidade da educação plural. “Essa sociedade tem que ser colorida e refletir essa sociedade plural”, falou. Ludimila diz que o país vive uma “igualdade formal e material”. Sobre as cotas, a procuradora disse que é um instrumento que visa corrigir a desigualdade.
O subsecretário da educação, Galileu Guarenghi falou da necessidade das políticas afirmativas para um “ambiente de igualdade”. “Se conseguirmos trabalhar uma educação pública de qualidade vamos conseguir mudar o Brasil”, falou. “Não é um caminho fácil que se faz num toque de mágica”, disse falando das dificuldades para mudar a realidade social.O secretário prometeu apoio para efetivar as políticas públicas que possam determinar caminhos que possa selecionar o “grave caminho de igualdade”, disse.
O presidente Júnior Coimbra (PMDB) em seu discurso, disse que fez questão de participar do evento para colocar a Assembléia á disposição da causa. “Muitas conquistas já aconteceram a discriminação é grande, quantos negros foram presos só por serem negros?”, expôs o presidente que falou ainda da discriminação das escolas. “As cotas diminuíram as dificuldades, abriram a questão da mobilidade social”, disse.
O secretário de cidadania e justiça, Carlos Alberto ressaltou que é dever do Estado proporcionar os direitos da comunidade. Carlos disse ainda que o governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB) está empenhado em busca de melhores qualidades de vida. “Convocamos a sociedade para um projeto que possa representar melhores dias para as pessoas que vivem das desigualdades”, falou. O secretário falou da Criação do Conselho de Igualdade Racial e comitê de Comunidades quilombolas.
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