sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O efeito Darleno: incomoda mas ajuda a luta do povo quilombola no Tocantins


Darleno e delegados durante Conferência Estadual de Igualdade Racial em Palmas


Por Maria José Cotrim

Já ouvi que nem “Jesus agradou a todos”. Se nem o rei dos reis que tanto pregou a paz e união à humanidade teve unanimidade na aceitação não seria o companheiro “Darleno” que iria conseguir esse feito. È com sentimento de chateação que expresso minha opinião e diso sem medo que é urgente a questão do impasse entre a prefeita de Poeto Alegre do Tocantins e alguns representantes quilombolas da Laginha e do São Joqauim.

Me procuraram para denunciar a represália que, segundo eles, alguns quilombolas estão sofrendo. O recurso é nada mais nada menos que cerca de R$ 500mil para atender a necessidade daquele povo no que diz respeito à construção de poços artesianos e açudes. De um lado a prefeita querendo ser a mãe dos R$ 500 mil,do outro a comunidade querendo a liberação do dindin para que o problema seja efetivamente resolvido.

Reclamamos tanto que falta recurso e esse aí dando sopa precisando apenas de uma conversa e tomada de decisões de duas esferas importantes nesse processo: o governo e a comunidade. Alguém tem que dar o primeiro passo para resolver a pendenga,afinal são as famílias que pagam o alto preço da falta de assistência básica e até de saneamento básico nas comunidades ainda sem estruturas mínimas de sobrevivências.
Vou hoje falar do Darleno.

Do que conheço dele como militante da causa quilombola no Estado, muitas vezes sendo até único nessa luta. Esse crioulo de voz mansa mas pé quente conhece bem o interior das secretarias estaduais desse Estado,porque são nelas que ele busca quase que diariamente a liberação de benefícios para a comunidade.

Até que me provem o contrário: o que conheço de Darleno é a luta.O empenho pessoal para resolver os impasses da comunidade, isso porque já tive também a oportunidade de consultar outros representantes da comunidade que já narraram a luta do companheiro.

O que falta então para resolver o impasse? Eu disse a Darleno hoje por telefone: é preciso mobilização e parceria. Para os maus tratos e até calúnias que segundo ele estão acontecendo por parte da prefeita: denuncie!O respeito tem que ser mútuo, é ele que rege o relacionamento das partes envolvidas.
Com prefeita ou sem prefeita, conheço um pouco da luta do Darleno o que me conforta e me dá a garantia para dizer que tenho certeza que o recurso será investido. Que a luta desse cara que pretende criar a Federação Estadual de Comunidades Quilombolas não vai parar agora diante desse desafio. Acredito piamente nisso.

Um comentário:

  1. É incrível que, infelizmente, ainda discutir sobre o racismo. Obviamente, não existe e que é o que mais surpreso e enojado com Govier e pessoas.

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