sábado, 23 de outubro de 2010
A fúria do presidente do STJ escancara as vísceras do preconceito camuflado
Por Maria José Cotrim
Nesta semana um ato desmedido e sem noção por parte do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler nos traz uma reflexão em torno da temática da igualdade Racial.
O que esperar de um senhor que tem um cargo tão importante mas tão destemperado emocionalmente? O estudante Marco Paulo dos Santos, 24 anos, foi demitido na fila de um caixa eletrônico pelo “senhor da Justiça”.Marco estava aguardando e foi surpreendido pela reação do senhor ministro.
Usou a autoridade à frente do STJ e foi categórico: “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido, está fora daqui”. Motivos? Ele estava irritado o bastante e precisava descontar em alguém.
O mais interessante dessa história é que caberá ao Supremo Tribunal Federal analisar esse caso de “violência gratuita” como denominou Fabiane, uma das testemunhas do episódio lamentável já que a polícia civil não tem competência para tratar do assunto. Pargendler tem foro provilegiado porque é ministro mas terá que se explicar sobre a acusação de “injúria real”.
A carta de dispensa do estudante de administração em questão estava em cima da mesa do chefe do setor onde ele trabalhava uma hora depois do fato ocorrido.
O que chama atenção além da atitude do “senhor da justiça” foi a postura de Marcos que é filho de mãe brasileira e pai africano. O caso tomou dimensões a partir do momento que o estagiário registrou um Boletim de ocorrência relatando o fato.
O caso expõe as vísceras do preconceito velado ainda em tempos de reparação social em nosso país. Alguns veículos pautaram o assunto que com certeza traz impacto com relação à postura do presidente em questão.
"Ele [Ari Pargendler] ficou olhando para o lado e para o outro e começou a gritar com o rapaz. Avançou sobre ele e puxou várias vezes o crachá que ele carregava no pescoço. E disse: "Você já era! Você já era! Você já era!”, foi o que disse uma testemunha ao Blog do Noblat ao relatar o fato.
A "overdose de hegemonia" ocorreu dentro no STJ mas já ganhou repercussão popular e inclusive nas várias entidades de movimento. Vamos aguardar a explicação do “senhor da justiça”...
Se nem as principais autoridades desse país têm noções mínimas e básicas de respeito veja lá grande parte da população.
E aos que andam gritando aos quatro ventos que não existe preconceito: expor qualquer pessoa não importa o cargo ou grau de instrução à situação de constrangimento como o acontecido é sim discriminação. Merece sim punição com certeza.A punição é um dos pilares para a luta da Igualdade Racial em nosso país.
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Há sim preconceito e deve ser combatido. Ele vai além do racial, incrusta-se na política e em todos os setores da sociedade. Basta ser humilde, preto ou branco, para ser discriminado. Mas ainda vamos avançar, com certeza
ResponderExcluirLamentável que isso aconteça, principalmente, partindo de uma alta autoridade do Judiciário, a quem devia dar o bom exemplo, mas não o faz
ResponderExcluirParabéns, Maria Jose`!!!
ResponderExcluirÈ preciso colocar o dedo na ferida para acabar com o preconceito e com o poder da CASA GRANDE!
Eles se acham mais poderosos do que a maioria do povo trabalhador, pobre e negro!!
As coisas já estão mudando e vão seguir mudando!!
abraços,
Rilton
Sera que racista digo ministro agiu assim do nada ou aconteceu algo que o enfureceu ante de ele esternar sua furia contra o negro digo cidadão en questão.
ResponderExcluirE agora?,quem poderá julgar o carrasco(dgo o ministro)E... me pegunto,quem será o verdadeiro negro nesta historia?
ResponderExcluirExiste uma história de um ministro do Supremo Tribunal norte americano que, às vésperas da morte, disse: "Eu que fui muitas vezes injusto, que achava que era poderoso, que era prepotente à quinta potência, me vejo agora à caminho do maior Tribunal, o de Cristo, e as chamas já estão me tocando". Cuidado Ministro!!!! Nunca, por mais poderoso que sejamos, somos o mais poderoso, sempre existe alguém acima de nós. No seu caso o STF e o Tribunal de Cristo. Senti vergonha de ser brasileiro, com este incidente. Sou branquelão, mas os meus grandes irmãos - aqueles em que posso confir cegamente - são negros.
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