quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O direito nem sempre vem acompanhado do respeito...



Por Maria José Cotrim

Caros amigos... Nesta quinta passei uma manhã meio turbulenta em que tive que vencer meus medos e vestir a face de uma mulher determinada e consciente dos direitos. Hoje senti na pele que grande parte da população é acomodada com relação a cobrar seus direitos, por menor que ele seja.

Ao enfrentar uma etapa única de batalha judicial para conseguir receber valores referentes ao trabalho que prestei junto á uma empresa de Comunicação, me passou um filme na cabeça.Eu naquela sala com toda aquela pressão de olhares e bate-boca e dentro do peito um sentimento de que o DIREITO deveria falar mais alto e imperar naquela decisão.

Da minha parte ele predominou, o respeito,mas da parte contrária infelizmente isso não aconteceu. Amigos, o fato é que depois da negociação financeira assinada me bateu uma sensação boa e gostosa. Era a sensação de dever cumprido,de ter ido atrás de meus direitos e ter conseguido.

E digo hoje que é difícil mesmo ir á luta dos direitos, mas a vitória é boa demais e compensa. Trago essa discussão ainda para nosso movimento negro,pois as vezes reclamamos de coisas que para nós faz a diferença e “alguns” que não conhecem e são proprietários de um discurso pronto e acabado criticam e dizem que queremos demais, que exigimos coisas absurdas.

Mas o que é absurdo diante de uma exclusão social gritante que aflinge a população pobre e maioria negra em nosso país? Quando tive que ouvir hoje na audiência que eu estava exigindo demais não consegui falar nada,pois não estaríamos ali se a parte reclamada cumprisse com seu papel diante dos serviços que prestei.

Minha mensagem hoje é de respeito.Nossa luta precisa seguir mas tomando o respeito como base,não é ceder por medo e sim lutar com firmeza sem agredir com quem precisamos dialogar e exigir as políticas públicas. O problema que aqui relato se resolveu com apenas uma audiência, diferente de nossa luta pela Igualdade Racial que ainda vai levar muitos anos mas algo tem em comum: a luta pelos direitos tem que predominar.

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