
AYÊ COMPANHEIROS!
Nesse dia “vendido” como dia da “Abolição da Escravatura” tantas outras coisas aconteceram na minha vida, mas nada maior que um dia historicamente marcado para a luta dos negros no país.
Por Maria José Cotrim
Assisti na Globo um trecho da mini-série Chiquinha Gonzaga onde passava o dia em que a Princesa Isabel assinou a Lei Aurea e burocraticamente “dizem” que ela aboliu a escravidão. Veio depois de milhares de mortes, de espancamentos, de atentados a vida humana mas veio.
Foi festejada pelos nossos irmãos negros nas senzalas com muita festa, música, dança e é claro capoeira. Brancos e negros iguais? Será? Mas o desejo de ser livre não tapou os olhos de nosso povo e os líderes e guerreiros dos quilombos sabiam mais que ninguém que era mais uma tentativa de enganação discarada.
Todos libertos! Libertos para continuarem nas senzalas, na lavoura, na lida e também no tronco. Essa abolição discarada que veio depois de todos os países foi um grande passo. Sim, um salto aliás para a situação que o negro se encontra hoje no Brasil.
Queremos e lutamos por políticas porque as tentativas de enganação continuam. Ainda vendem a liberdade para os negros da mesma forma discarada através de atos. A “princesa Isabel de Calcutá” salvou os negros da escravidão. Ouvi isso hoje de manhã.Caros, quem salva são as políticas de norteamento e desenvolvimento social.Quem salva é a igualdade social.E falta é muito!
A lei Áurea assim como as outras que vieram antes dela trouxeram a “salvação parcial” de acordo com a necessidade. Primeiro os velhinhos estão livres. Quer dizer quem conseguisse chegar à velhice depois de tantos maus tratos....
Depois os bebês nascidos depois de uma certa data estavam livres. Filhos de mães escravas é ótimo! Mas se no passado não fizeram as leis certas mas sim de acordo com a conveniência hoje isso é possível.
Temos o Estatuto da Igualdade Racial, esse sim norteará as políticas de igualdade racial sem discaração. O que falta no acesso á saúde, á educação, no incentivo á cultura negra, aos quilombolas tudo regido pelo estatuto amplamente discutido entre poder público e sociedade civil.
Acredito sim que com as leis certas, com as políticas certas tudo vai entrar no eixo.Não de forma discarada mas sim ascendente. A questão vai além de ser negro ou branco de ter cabelo liso ou crespo...quem ganha com isso é o Brasil que terá indivíduos ativos, críticos, participativos e contribuindo para sua realidade social.
Quanto á comunicação...vamos buscar o avanço! Ela é o espelho da sociedade e precisa ter uma abertura para a temática racial.Não é da Taís Araújo fazendo uma Helena de Manoel Carlos que eu to falando, muito menos do Robinho ser um sucesso no futebol ou ainda o Heraldo Pereira dar um show de jornalismo ao mostrar seu trabalho. Tô falando é de profundidade. Sair da amenidade, superar as limitações ao abordar o negro.Isso é possível e sou fiel escoteira nesse propósito.
Não vamos permitir a alienação discarada em nosso país!
Muito show a sua opinião. Celebra-se esse dia como a libertação, mas na verdade nós sabemos que a escravidão continua: através de condutas racistas (branco morre dizendo que respeita - sei...), dificultando o acesso a educação, mantendo a população negra na favela (que de bandido não passa)... Enfim, a escravidão intelectual. Moro no Bico do Papagaio, região na qual há uma grande parte da população negra do estado e presencio várias situações. Muitas vezes, devido a um sistema imposto há séculos, é por ignorância. Mas aos poucos vamos quebrando as barreiras. Sou participante do movimento hip hop há 4 anos e estou tentando viabilizar uma conexão maior entre a nossa região e a capital. Se puder ajudar, valeu. Axé!
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